Desordem na alma
que se atropela
sob esta carne
que transparece.
Desordem na alma
que de ti foge,vaga fumaça
que se dispersa,
informe nuvem
que de ti cresce
e cuja face
nem reconheces.
Tua alma foge
como cabelos,cunhas, humores,
palavras ditas que não se sabe
onde se perde
me impregnam a terra
com sua morte.
Tua alma escapa
como este corpo
solto no tempo
que nada impede.
Procura a ordem
que vês na pedra:nada se gasta
mas permanece.
Essa presença
que reconheces
não se devora
tudo em que cresce.
Nem mesmo cresce
pois permanece
fora do tempo
que não a mede,
pesado sólido
que ao fluido vence,que sempre ao fundo
das coisas desce.
Procura a ordem
desse silêncio
que imóvel fala:silêncio puro.
De pura espécie,voz de silêncio,mais do que a ausência
que as vozes ferem.
(João Cabral M Neto)
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Pequena Ode Mineral
Postado por La Vie às 21:23
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