sábado, 1 de novembro de 2008

Homenagem "100 anos de Cartola"

Parabéns ao Jornal Cruzeiro do Sul (José Antonio Rosa), ao músico Lucas Sales e Grupo e ao Bar Depois, pela homenagem ao nosso grande compositor "Cartola". Pela manhã quando vi o jornal, delirei ... Em pensar que jovens músicos pesquisam e fazem "boa música".
Lembrando também que é aniversário do músico Jadson Fernandes (que estará no Bar Depois): parabéns querido, nós te amamos.




Show com o cantor Lucas Sales, que tem o timbre vocal parecido com o do compositor, resgata clássicos como 'As Rosas não falam' e 'O Mundo não é um Moinho'.
Há dois anos, o cantor Lucas Sales estava no bar Na Aba, tradicional reduto de sambistas do bairro de Pinheiros, em São Paulo, quando foi convidado a dar uma canja. No palco, interpretou Acontece, de Cartola, um de seus autores preferidos.
No exato momento da apresentação, entra na casa Beth Carvalho. Depois de assistí-lo, impressionada, ela diz: - E não é que o Agenor baixou no menino?. A avaliação mais do que abalizada referia-se ao timbre vocal muito parecido com o do sambista, cujo centenário de nascimento é comemorado em 2008.
O público de Sorocaba terá a oportunidade de conhecer, em primeira mão, o trabalho e conferir de perto a semelhança. É que Lucas apresenta, hoje, a partir das 22h, no Depois Bar, um tributo ao compositor.
Ele pretende transformar a produção num show e excursionar pelo país. Em cena, estará acompanhado de uma formação que lembra os regionais da época de ouro. Estão no grupo João Paulo Barbosa (sax e flauta), Fabinho (violão de sete cordas), Fábio Leal (bandolim) e, muito provavelmente, o percussionista Cléber Almeida.
Esse time executa um repertório que destaca clássicos de todos os tempos, como Alvorada, O sol nascerá, Peito Vazio, Preciso me Encontrar, Não quero mais amar a Ninguém, Sala de Recepção, e, claro, O Mundo é um Moinho e, com certeza, As Rosas não Falam.
Lucas contou ao Mais Cruzeiro que quis dar ao espetáculo um toque de originalidade e aproveitou ao máximo o fato de ter a mesma tessitura vocal que a de Cartola. Não se trata, ele garante, de imitação, mas de trabalhar os recursos de que dispõe.
Músico da noite, Lucas Sales tem composições próprias que deve incluir num CD a ser gravado oportunamente. O projeto, ele explica, depende de patrocínio. Os temas podem ser categorizados no que se convencionou chamar de música popular universal, bem ao estilo do que faz Hermeto Pascoal, outra influência que o artista assume.

A cartola do pedreiro


Cartola (1908-1980), o autor que será homenageado na apresentação de logo mais, nasceu no bairro do Catete, no Rio de Janeiro. Batizado Agenor de Oliveira, tinha oito anos quando sua família se mudou para Laranjeiras e 11 quando passou a viver no morro da Mangueira, de onde não mais se afastaria.
Passando por diversas escolas, conseguiu terminar o curso primário, mas aos 15 anos, depois da morte da mãe, deixou a família e a escola, iniciando a vida de boêmio. Após trabalhar em várias tipografias, empregou-se como pedreiro.
Vem dessa época o apelido, pois usava sempre um chapéu para impedir que o cimento lhe sujasse a cabeça. Em 1925, com o Carlos Cachaça, que se tornaria seu mais constante parceiro, foi um dos fundadores do Bloco dos Arengueiros.
Da ampliação e fusão desse bloco com outros existentes no morro, surgiu, em 1928, a Estação Primeira de Mangueira, segunda escola de samba carioca. Apesar da facilidade para compor, e da riqueza melódica das criações, pouco do seu talento foi aproveitado. Problemático, Cartola simplesmente desaparece do bairro onde vivia em 1941. Muita gente chegou a pensar que ele tivesse morrido. Foi o cronista Sérgio Porto que, em 1956, quinze anos mais tarde, o resdecobriu lavando carros em uma garagem de Ipanema e trabalhando à noite como vigia de edifícios.
Casado, nos anos 60, com Eusébia Silva do Nascimento, a Zica, Cartola transforma a casa onde mora num ponto de encontro de sambistas. Entre as tantas histórias que contam das reuniões lá organizadas, à base de feijoada e caipirinha, uma ganhou status de lenda.
Consta que Ciro Monteiro, conhecido pelo apetite desmedido, abusou do direito de comer num dos almoços a que compareceu e passou mal. Conhecido como Formigão, Monteiro assustou outros convidados que pensaram estar diante de um quadro bem mais grave.
Um garoto corre até dona Zica e avisa do problema. Ela, então, prepara e serve a ele um chá para reverter os efeitos do mal estar. Ciro pega a xícara e, antes de beber, pergunta: - Não tem uma bolachinha para acompanhar?.
A gravação do primeiro disco só aconteceria em 1974, quando Cartola conta já com 66 anos de idade. Logo depois, em 1976, sai o segundo LP, que continha uma de suas mais famosas criações, As rosas não falam. Em 1978, quase aos 70 anos, muda-se para o bairro de Jacarepaguá, buscando um pouco mais de tranqüilidade, na tentativa de continuar compondo. Em 1979, lançou seu quarto álbum, Cartola 70 anos. Descobre, nesta época, que estava com câncer, doença que causaria sua morte, em 30 de novembro de 1980.
(Jornal Cruzeiro do Sul - João Antonio Rosa)


Serviço:
"Tributo a Cartola"
Com Lucas Sales e Grupo
Hoje a partir das 22h, no Bar Depois, à rua Cônego Januário Barbosa, 123 - Sorocaba

1 Comment:

Muni said...

confesso só ter ouvido duas músicas do cartola (posso até ter ouvido outras, sem saber que eram dele), mas adoro as duas.
elas são: as rosas não falam e o mundo é um moinho (que amooooooooo na voz do cazuza)
teh +
o/*
.moony.

 
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