quarta-feira, 22 de abril de 2009

Insônia




Detesto não conseguir dormir, posso até sentir a respiração de todos ao meu lado: dormindo...
Não sou de ficar “rolando” na cama, fico imóvel, mas minha mente, essa viaja!
Devido à “malvada rinite” passei muitas horas pensando.

E acordei de mau-humor.

Como uma pessoa é capaz de trair a outra? Temos outras opções nesse caso (não falarei disso agora). Lealdade para mim é fundamental. Mas, nem todos pensam assim.
Eu perdôo, mas não esqueço! Então será que isso é perdão?

Passei por cada uma, agora acho muita graça, mas no momento foi cruel.
Não, não fui vítima, isso nunca!
Mas dói tanto que parece que te arrancaram um braço (sem anestesia), não é só a dor do ato, mas ausência do membro (para não falar em perda). Como dizia Vinícius de Moraes : "Nesse momento há total ausência de cores".

A vida vai continuar, com ou sem, ou até melhor.

Eu parto do princípio que não podemos gritar, chorar ou falar alto.

Nunca descer do salto!
Meu Pai diz que quem grita ou briga, perde a razão. Pessoas dotadas de inteligência conversam (nesse caso não tem conversa, só o silêncio), é melhor ignorar certos atos de fraquesa humana.

Se pegar os “dois juntos”, nunca tirar satisfação (está fora de si, em estado de encantamento). Não esqueça que ele sentiu o cheiro de uma “nova” fêmea.
Mesmo que esteja falando daquele jeito de bobo (do jeito que você gosta), fazendo os mesmo gestos que fazia com você, usando aquela camisa linda (cueca branca Cavalera), dá até para sentir o quanto exagerou no perfume.

Tem que saber administrar os sentimentos, isso não é ter sangue frio, é ter dignidade.
Eu sei, dá vontade de matar aquele canalha que te faz sofrer.
Paciência, ele se mata sozinho!

Não deixe de freqüentar os lugares que iam juntos, nem mude de amigos.
Continue do mesmo jeito, só que agora “solteira” ... Alma livre.
Com o tempo isso vai provocar profundamente os “traidores” ("ele" porque irá ficar morrendo de ciúme por você ser a "nova solteira do pedaço" – "ela" porque adoraria estar em seu lugar, alvo de muito assédio, já estará muito arrependida da péssima escolha).

Nunca (jamais) pense em vingança, isso é golpe baixo e fora de moda. Quem vai fazer isso é ela. Sim, ela mesma. Aquela linda e gostosa garota mais nova que você.
Nesse dia você vai sentir um prazer tão grande, como diria Norma Lúcia “um verdadeiro orgasmo".

Ah, o "traidor" irá te procurar (não imediatamente), mas vai chegando bem de mansinho.
Nunca pergunte por que está sozinho, deixe que o “traidor” (agora traído) te conte tudo, ouça com muita atenção, não perca nenhum detalhe (educação é tudo).

Não tente cair nos braços de “outros” ou beijar todas as bocas que encontrar (seria até muito bom), mas não dá certo, melhor ficar na sua!

Vai te convidar para sair, chorar em seu ombro (isso no primeiro encontro), te pedir colo, está fragilizado e arrependido (mentira - não se esqueça que "ele" não teve nenhum caráter no momento de te trocar).

Depois... sentirá novamente o cheiro de “nova conquista”.
Agora entraremos em cena.

Saia linda (vestida para matar), diria que ... com vestido vermelho, aquele belo conjunto de lingerie, salto alto e perfumada. Peça vinho (ele já vai saber que vai "rolar", vai sentir-se o máximo) , ouve aquela música maravilhosa (B B King, Eric Clapton, Sade, Nina Simone), tá ficando bom ... Não entrarei em detalhes íntimos, mas depois de tudo isso só tem uma frase em mente:
-Nossa como você mudou, perdeu aquela intensidade, ou fui eu que perdi o encanto por você?

É assim, se você não for aproveitar essas dicas, pelo menos vai dar boas risadas de mim, porque tudo isso é verdade.

P.S.: quando "ele" ler isso vai ficar furioso...(rs) , já estou melhor humorada! Mas isso faz parte da minha terapia ...(rs)

domingo, 19 de abril de 2009

Pin-up

Concordo, dessa vez ousei!
Meu tatuador o artista Ricardo Bibiano tem uma "Pin-up", uma bela tattoo, adoro essa arte!
Vi em vários sites e blogs sobre as Pin-ups , como surgiram e seus artistas, é apaixonante esse universo. Outro dia, falava com o fotógrafo Foguinho, ele sempre convida-me para fazer um "ensaio fotográfico" (coisa de amigo), para ser sincera tenho vontade (muita) e falta tempo. Mas irei fazer em breve, porque em junho completarei 47 anos, tenho que documentar essa ainda minha "boa forma" de quarentona , e quem sabe de pin-up?



Carmen La Vie - foto by Marcos Ferreira

Nos anos 40 e 50, fotos de mulheres sensuais ganharam o nome de ”pin-up”. Por quê? O destino das fotos era ser pendurada nas paredes de quartos de homens nos Estados Unidos. A palavra “pin” significa “fixar, segurar, prender” em inglês.

“Pin-up” a bela , é filha da revolução industrial. É no século XIX que são reunidas as condições para a emergência do gênero, quando surgem os meios de produção das imagens em massa, uma classe média urbana e uma sociedade mais aberta à representação da sexualidade feminina. Aos poucos vão sendo difundidos, na Europa e nos Estados Unidos, os calendários sexy, os cartões-postais e os pôsteres de atrizes de teatro, por vezes desnud
adas.


"Que ela seja desenhada ou fotografada, numa revista ou num calendário, a pin-up não é uma mulher de verdade, e sim uma fantasia: ela é feita para ser devorada com os olhos, e não para casar"


by Gil Elvgren

Pin-up também pode se referir a desenhos, pinturas e outras ilustrações feitas por imitação a estas fotos. As imagens “pin up” podiam ser recortadas de revistas, jornais, cartões postais, cromo-litografias e assim por diante. Tais fotos apareciam freqüentemente em calendários, os quais eram produzidos para serem pendurados .

Muitas “pin ups” eram fotografias de celebridades consideradas sex symbols. Betty Grable foi uma das mais populares dentre as primeiras “pin-ups”. Um de seus posters tornou-se onipresente nos armários dos soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial.
Outras pin-ups eram trabalhos artísticos, representando versões idealizadas do que alguns imaginavam ser a representação de uma mulher particularmente atraente.

Um exemplo antigo do último tipo foi a Gibson girl (garota de Gibson), desenhada por Charles Dana Gibson. O gênero também deu origem a vários artistas especializados, tais como Gil Elvgren, Alberto Vargas, George Petty e Art Frahm.

Art Frahm

A expressão “cheesecake” é sinônimo de “foto pin-up”. O mais antigo uso documentado neste sentido é de 1934, antecipando-se a “pin-up”, embora anedotas afirmem que a expressão estava em uso na gíria pelo menos 20 anos antes, originalmente na frase (dita sobre uma bela mulher) “better than cheesecake” (algo como um verdadeiro pitéu).


Considerada uma das mais belas atrizes de Hollywood, Scarlett Johannson


Outra pin-up bastante conhecida é Betty Boop, personagem criada pelo desenhista Grim Natwick em 1930
seu corpo foi inspirado nas curvas da atriz Mae West



Uma das maiores referências no estilo ainda é a atriz e modelo Bettie Page, a fama veio depois de um ensaio sensual para a revista Playboy em 1955
Hugh Hefner, criador da Playboy, considerava Bettie Page
“a modelo do século XX”

Desenhadas ou fotografadas, elas encarnam há um século o ideal feminino de homens carentes,
e tiveram em Marylin Monroe seu principal símbolo

A pin-up mais célebre do século XX Marilyn Monroe, contribuiu de maneira considerável para impor o clichê da boneca loira, passiva e inocente, à espera do bem-querer do homem. Cada época, portanto,
fabricou uma pin-up que corresponde às suas próprias aspirações: ora uma deusa agressiva e conquistadora

Em anos recentes, ilustradores (Rion Vernon), têm explorado pin-ups de modo mais radical. Vernon, criador do termo "pinup toons", fundiu a clássica garota pin-up com os elementos da HQ e cartoon.

Outros tipos de pin-ups

Em HQs, uma pin-up é simplesmente uma arte que ocupa uma página inteira, costumeiramente sem diálogo, que exibe um personagem ou grupo de personagens, ou um acontecimento significativo, publicado numa edição regular ou especial e que não foi pensada para tornar-se um poster.

Em publicações profissionais para fãs de filmes e séries de televisão, uma pin-up pode representar uma fotografia posada dos atores ou atrizes do assunto em pauta, mas pode também exibir cenas específicas especialmente fotografadas para fins de divulgação (os chamados stills).

“Oops! Deixei cair a minha calcinha…”, exclama uma linda garota, com uma perna para cima e os seios arrebitados. Sexy, sorridente e bobinha, tal é o estereótipo da pin-up. Uma garota de papel que os esportistas nos vestiários ou os soldados nos quartéis penduram por meio de alfinetes há mais de um século.
Com o surgimento da Pop Arte nos anos 60 a fusão de pin-ups com a nova estética foi imediata. Os calendários, cartões e maços de cigarros que traziam as pin-ups eram elementos perfeitos para inspirarem os artistas. Assim, a imagem de Marilyn Monroe, por exemplo, foi imortalizada em quadros de Andy Warhol, o papa da Pop Arte. Além de Warhol, dois dos principais artistas pop a utilizarem as pin-ups em suas obras foram Roy Lichtenstein e Mel Ramos.

A partir dos
anos 70 com uma maior liberalização dos costumes e o avanço da indústria da pornografia, as pin-ups perderam bastante do seu espaço, mas mantiveram-se no imaginário da cultura pop. O que começou como ilustrações para reproduzir a beleza estética e o poder de atração das mulheres, como forma de driblar os moralismos da época, evoluiu para a transformação das pin-ups em personagens de carne e osso, seja com as atrizes no cinema ou como modelos fotográficos. Em meados dos anos 80 há uma retomada da estética das pin-ups com uma atualização que incluiu elementos futuristas e fetichistas.


Alberto Vargas


Mas, a herança a mais recente da pin-up talvez deva se procurada do lado do “novo burlesco”, nos Estados Unidos. Trata-se de uma corrente que vê as garotas combinarem, no palco, o cabaré com o strip-tease kitsch. Será um retorno às origens? De fato, foi nos teatros, no século XIX, que nasceram as primeiras pin-ups: sexy, espertas e… feministas.

fonte: UOL - Claire Guillot, Tradução: Jean-Yves de Neufville

Fashion Bubble/Imagens e letras: diversão cultural/Bolsa de Mulher

terça-feira, 14 de abril de 2009

Noite do Beijo

Recebi o convite por e-mail do amigo Davi Deamatis, o livro parece ser muito bom, irei ao lançamento. Vale ver o site tem muita coisa legal, as fotos abaixo tirei dele. Tentei colocar a foto da capa, mas não consegui.


“Noite do beijo”
Carlos Batistella
Editora do Autor
128 páginas 14 x 20 cm R$ 15,00

Lançamento
15 de abril de 2009
a partir das 19h
Bar Depois

Venda pelo site:
http://www.noitedobeijo.com.br/ ou no Depois Bar



“Noite do beijo”, romance de Carlos Batistella, mostra um febril movimento secundarista que surge no auge das lutas pela retomada da democracia no começo dos anos 80. Os jovens personagens mostram as contradições de uma cidade então conservadora, pacata, que se industrializa rapidamente. A efervescência do teatro amador da cidade também contribuí para o questionamento da atitude de um juiz substituto que, por decreto, proíbe “as apalpadelas, apertões, abraços indecorosos, beijos prolongados…”

Não menos importante é a participações de ‘focas’ e estudantes de jornalismo na trama que prepara a manifestação, e da mídia local e nacional que divulga e polemiza no delicado momento em que os líderes metalúrgicos do ABC estão presos e o país é governado por um general.
O texto nos lembra a época:
“– Assim ninguém condena o beijo cortês, o simbólico, o à francesa ou à russa, como sinal de respeito ou de saudação. Ninguém condena, e aqui está outra figura literária estupenda, o beijo de Julieta nos lábios de Romeu, colhendo neles, embora, os restos de veneno...
Óculos fundos de devorar os compêndios da Justiça, o que o meritíssimo senhor condena, explica, em defesa do colega de toga, é o beijo-ventosa.
– Ninguém nega o escândalo dos beijos das telenovelas, em cujas cenas os parceiros se lambuzam nas bocas, numa autêntica masturbação oral... – e esclarece, tomando fôlego e espaço no jornal. – E não chego a ponto de classificar, como onimus, o beijo em cutâneo, beijo cutâneo-mucoso e o beijo voluptuoso; nem classifico o beijo pela sua duração, como ocorreu em Nova York, com o célebre édito policial considerando imoral o beijo público que excedesse a um minuto.”
A polêmica do beijo, como se vê, se estende no tempo.

Como um alter-ego, no texto, outro personagem vagueia pelas ruas e redações de jornais e revistas, em anos posteriores ao acontecimento, no seu ofício de design. Traz as suas tentativas e frustrações amorosas, suas experiências, em meio a recortes de filmes e ‘beijos cinematográficos’ que procuram ambientar o tempo e local da sua busca.

Para o autor, olhar o passado e tentar entendê-lo funciona como um exercício de auto-conhecimento. Esta é a busca dos dois personagens: no presente, um deles conta uma história verídica, seus atores, seus sonhos; no outro, fragmentos de uma vida na metrópole, as vezes solitária, mas incessante nos dramas. O romance não ter estabelecer uma verdade histórica, pronta, para ser consumida sem questionamento. Ao contrário, a viagem da leitura é justamente oferecer dúvidas, porquês, onde cada um faz a busca das suas razões.







Carlos Batistella era secundarista e repórter, aos 17 anos, quando se juntou a outros estudantes da cidade de Sorocaba, para promover a "Noite do Beijo", uma manifestação contra uma portaria que proibia “beijos cinematográficos, em que as mucosas labiais se unem em expansão insofismável de sensualidade.

Formado no curso técnico de redação auxiliar, mudou-se para São Paulo, onde exerceu a função de secretário gráfico. Fez arte-final e diagramação. Trabalha hoje como diretor de arte em revistas e livros. Aos quarenta e cinco anos de idade ,assados vinte e sete anos dos incríveis acontecimentos, escreveu este livro para entender o passado.
Assim, crê, pode entender o futuro.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Que o olhar não se perca nas Tulipas

Tenho visto nos últimos tempos alguns blogs, gostei das propostas em breve colocarei os links.
No momento "tentando" um outro blog: Parler de la Mode (Falar da Moda), postando o que gosto e um pouco do que aprendi de moda (tecidos), iniciei com uma matéria sobre o "linho", muito interessante. Na verdade pensei em escrever um pouco do que vi durante 7 anos em uma indústria têxtil. Com a entrada dos tecidos importados (preços populares), houve a queda no mercado interno. Usei linho/rami durante todo esse tempo, é um luxo! Mas ele está de volta em grifes famosas. O blog ainda está "tímido", mas tenho algumas coisas em mente. Postei sobre vestidos de noiva, gostei ... mas vi no site Carambolas Azuis falando de um site lindo Rosa Clará, fiquei apaixonada pelos vestidos, é de dar vontade de usar . Mas a proposta do La Vie hoje, é esse lindo poema de Hilda Hilst, chega atravessar a alma!





Que este amor não me cegue nem me siga
E de mim mesma nunca se aperceba
Que me exclua de estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas
E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena.
E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas
Que este amor só me veja de partida.


(Hilda Hilst)

 
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