terça-feira, 14 de abril de 2009

Noite do Beijo

Recebi o convite por e-mail do amigo Davi Deamatis, o livro parece ser muito bom, irei ao lançamento. Vale ver o site tem muita coisa legal, as fotos abaixo tirei dele. Tentei colocar a foto da capa, mas não consegui.


“Noite do beijo”
Carlos Batistella
Editora do Autor
128 páginas 14 x 20 cm R$ 15,00

Lançamento
15 de abril de 2009
a partir das 19h
Bar Depois

Venda pelo site:
http://www.noitedobeijo.com.br/ ou no Depois Bar



“Noite do beijo”, romance de Carlos Batistella, mostra um febril movimento secundarista que surge no auge das lutas pela retomada da democracia no começo dos anos 80. Os jovens personagens mostram as contradições de uma cidade então conservadora, pacata, que se industrializa rapidamente. A efervescência do teatro amador da cidade também contribuí para o questionamento da atitude de um juiz substituto que, por decreto, proíbe “as apalpadelas, apertões, abraços indecorosos, beijos prolongados…”

Não menos importante é a participações de ‘focas’ e estudantes de jornalismo na trama que prepara a manifestação, e da mídia local e nacional que divulga e polemiza no delicado momento em que os líderes metalúrgicos do ABC estão presos e o país é governado por um general.
O texto nos lembra a época:
“– Assim ninguém condena o beijo cortês, o simbólico, o à francesa ou à russa, como sinal de respeito ou de saudação. Ninguém condena, e aqui está outra figura literária estupenda, o beijo de Julieta nos lábios de Romeu, colhendo neles, embora, os restos de veneno...
Óculos fundos de devorar os compêndios da Justiça, o que o meritíssimo senhor condena, explica, em defesa do colega de toga, é o beijo-ventosa.
– Ninguém nega o escândalo dos beijos das telenovelas, em cujas cenas os parceiros se lambuzam nas bocas, numa autêntica masturbação oral... – e esclarece, tomando fôlego e espaço no jornal. – E não chego a ponto de classificar, como onimus, o beijo em cutâneo, beijo cutâneo-mucoso e o beijo voluptuoso; nem classifico o beijo pela sua duração, como ocorreu em Nova York, com o célebre édito policial considerando imoral o beijo público que excedesse a um minuto.”
A polêmica do beijo, como se vê, se estende no tempo.

Como um alter-ego, no texto, outro personagem vagueia pelas ruas e redações de jornais e revistas, em anos posteriores ao acontecimento, no seu ofício de design. Traz as suas tentativas e frustrações amorosas, suas experiências, em meio a recortes de filmes e ‘beijos cinematográficos’ que procuram ambientar o tempo e local da sua busca.

Para o autor, olhar o passado e tentar entendê-lo funciona como um exercício de auto-conhecimento. Esta é a busca dos dois personagens: no presente, um deles conta uma história verídica, seus atores, seus sonhos; no outro, fragmentos de uma vida na metrópole, as vezes solitária, mas incessante nos dramas. O romance não ter estabelecer uma verdade histórica, pronta, para ser consumida sem questionamento. Ao contrário, a viagem da leitura é justamente oferecer dúvidas, porquês, onde cada um faz a busca das suas razões.







Carlos Batistella era secundarista e repórter, aos 17 anos, quando se juntou a outros estudantes da cidade de Sorocaba, para promover a "Noite do Beijo", uma manifestação contra uma portaria que proibia “beijos cinematográficos, em que as mucosas labiais se unem em expansão insofismável de sensualidade.

Formado no curso técnico de redação auxiliar, mudou-se para São Paulo, onde exerceu a função de secretário gráfico. Fez arte-final e diagramação. Trabalha hoje como diretor de arte em revistas e livros. Aos quarenta e cinco anos de idade ,assados vinte e sete anos dos incríveis acontecimentos, escreveu este livro para entender o passado.
Assim, crê, pode entender o futuro.

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