quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bússola




Eu não quero um amor comportado,
desses sem nenhum sobressalto,
calmo como as noites sem vento.
Eu quero o arranque desses que não pedem licença...
Invadem os compartimentos.
E nos põe de quatro, babando feito um animal.
Desses que a gente critica e que nos amedronta nas suas...
possibilidades de felicidade blasé.
Eu quero Noites de vendaval.
Ah, eu quero o mistério
dessa lua, que trouxeram pra mim.
Me deixa assim carne crua,temperada de suores, temperaturas e sais.
Se ele muda como os eflúvios, não me importo com suas variações.
E se lambo todos os seus sabores, ainda , que depois amargue, é variação. Enquanto isso, arquivo as conveniências e racionalidades.
Sou instinto. Animalidade. Combustão.
Entrega em domicílio ou no improvável.
A velocidade, às vezes, suprime um eu te amo careta.
A única coincidência é quando acaba,
que ainda que eu me perca, o amor ainda assim, é bússola.

(João Barboza)
www.joaobarboza.blogspot.com

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