sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

La Passion

Os mais íntimos sabem de minha paixão por sapatos (sempre saltos altos), ainda me lembro de calçar os de minha mãe. Desde muito pequena, depois dos "olhos" eu olho para os "sapatos"! Eu dizia que quando ficasse "moça" iria comprar uma sandália vermelha de saltos bem altos (igual da prima Neusa), chegou tão rápido e comprei muitas. Sempre gostei de moda, por 10 anos trabalhei nessa área, hoje mesmo indiretamente continuo trabalhando, eu amo!
Selecionei alguns modelos que "me gusta" e coloquei a história dos sapatos, só para nossa curiosidade. Vi uma foto no blog Castelo da Li "Your Shoes", gostei tanto que um dia vou copiar essa criação. Quem realmente ama sapatos como eu, vale conferir o blog: www.stylemodateens.blogspot.com (uma matéria ótima sobre estilos e como usá-los).








A origem dos sapatos, muitos atribuem aos egípcios a arte de curtir couro e fabricar sapatos, porém, existem evidências de que os sapatos foram inventados muito antes, no final do Período Paleolítico.
Existem evidências que a história do sapato começa a partir de 10 mil a.C., ou seja, no final do Paleolítico, pois pinturas desta época, em cavernas na Espanha e no sul da França, fazem referência ao calçado.
Entre os utensílios de pedra dos homens das caverna existem vários que serviam para raspar as peles, o que indica que a arte de curtir é muito antiga. Nos hipogeus egípcios, que eram câmaras subterrâneas usadas para enterros, e que têm idade entre seis e sete mil anos, foram descobertas pinturas que representavam os diversos estados do preparo do couro e dos calçados.
No Antigo Egito, as sandálias dos egípcios eram feitas de palha, papiro ou de fibra de palmeira e era comum as pessoas andarem descalças, carregando as sandálias e usando-as apenas quando necessário. Sabe-se que apenas os nobres da época possuíam sandálias. Mesmo um faraó como Tutancamon usava sandálias e sapatos de couro simples, apesar dos enfeites de ouro.
Na Mesopotâmia eram comuns os sapatos de couro cru, amarrados aos pés por tiras do mesmo material. Os coturnos eram símbolos de alta posição social.
Na Grécia Antiga, os gregos chegaram a lançar moda, como a de modelos diferentes para os pés direito e esquerdo.
Na Roma Antiga, o calçado indicava a classe social. Os cônsules usavam sapato branco, os senadores sapatos marrons presos por quatro fitas pretas de couro atadas a dois nós, e o calçado tradicional das legiões era a bota de cano curto que descobria os dedos.
Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertos que tinham uma forma semelhante ao das sapatilhas. Os homens também usavam botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado. O material mais corrente era a pele de vaca, mas as botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra.
A padronização da numeração é de origem inglesa. O Rei Eduardo I foi quem uniformizou as medidas. A primeira referência conhecida da manufatura do calçado na Inglaterra é de 1642, quando Thomas Pendleton forneceu quatro mil pares de sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos.
Em meados do século XIX começaram a surgir as máquinas para auxiliar na confecção dos calçados mas, só com a máquina de costura o sapato passou a ser mais acessível.
A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começam a acontecer na Indústria calçadista, como a troca do couro pela borracha e pelos materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis.

Calçado no Brasil


Inicialmente utilizados somente como proteção dos pés, com a vinda da côrte portuguesa ao Brasil, em 1808, o comércio sofreu um incremento e os costumes europeizaram-se, passado o sapato a fazer parte da moda. Nesta época os escravos eram proibidos de usar sapatos, mas quando conseguiam a liberdade, compravam um par de calçados como símbolo da nova condição social. Como muitos não se acostumavam a usá-lo, viravam objeto de decoração ou de prestígio, carregando-os, orgulhosamente, nos ombros ou nas mãos.
Apesar de existerem várias sapatarias no Rio de Janeiro para atenderem o mercado da alta sociedade local, o calçado normalmente era importado da Europa. No final do século XIX o modelo básico do calçado era a botina fechada de camurça, de pelica ou de seda para as mulheres mais abastadas, e os chinelos para o restante da população feminina.
Nas décadas de 1910 e 1920 o modelo de sapato feminino mais usado no Brasil era o borzeguim ou a botina, evitando os pés expostos, mesmo que os vestidos já tivessem subido seu comprimento.
No pósguerra houve uma mudança muito grande na maneira de vestir e de calçar. A mulher passou a sair às ruas, praticar esportes e cuidar do corpo, sendo o tênis é inventado nessa época. Além disso, como os vestidos encurtaram, os sapatos ficaram mais à mostra, aumentando a preocupação com a estética do calçado.
Os sapatos ficaram mais abertos, deixando o peito do pé descoberto, e podiam ter alças em cima do pé e fechadas lateralmente ou tiras na parte traseira ou presas no tornozelo. O conforto era importante, por causa disso, os saltos não eram muito altos, e permitiam dançar o jazz e o charleston com facilidade.
No começo do século XX a industrialização do Rio Grande do Sul, junto com a proximidade de matéria-prima, o couro, contribui para a criação de um pólo coureiro-calçadista em Novo Hamburgo, dando início à várias indústrias como as de Pedro Adams Filho.


Fonte: www.sapatosite.com.br

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Salomé

Estou na minha fase Oscar Wilde, apaixonada pelo "De Profundis" (minha atual leitura), lembrei-me de "Salomé", certa vez vi um monólogo adaptado para bar (Depois Bar) com Beth Pinn e direção de Benão de Oliveira, apaixonante.
Nunca consigo me esquecer da dança, a sensualidade chega ser cruel!





SALOMÉ
Oscar Wilde

[...]
O profeta sai da cisterna. SALOMÉ olha para ele e recua.
IOKANAAN - Onde está aquele cuja taça transborda de abominações? Onde está aquele que, num vestido de prata, morrerá um dia perante o povo todo? Dizei-lhe que venha para que possa ouvir a voz de quem clamou nos desertos e nos palácios dos reis.
SALOMÉ - De quem está falando?
O JOVEM SÍRIO – Nunca sabemos, princesa.
IOKANAAN - Onde está aquela que, tendo visto homens pintados na muralha, imagens coloridas de caldeus, se deixou levar pela concupiscência dos seus olhos, e mandou embaixadores à Caldéia?
SALOMÉ – É da minha mãe que ele está falando.
O JOVEM SÍRIO – Não, não Princesa.
SALOMÉ - É da minha mãe, sim.
IOKANAAN - Onde está aquela que se entregou ao capitão dos assírios, que usa boldriés nos quadris e tiaras de diferentes cores na cabeça!? Onde está aquela que se entregou aos rapazes do Egito, vestidos de linho e de jacinto, cujos escudos são de ouro, os elmos de prata, e os corpos enormes? Dizei-lhe que se levante da cama da impudícia, da cama do incesto, para que possa ouvir as palavras daquele que está preparando o caminho do Senhor; para que se arrependa dos seus pecados. Ainda que não se arrependa nunca, e persevere nas suas abominações, dizei-lhe que venha, pois o Senhor está com o malho na mão.
SALOMÉ - Mas ele é terrível, é terrível.
O JOVEM SÍRIO - Não fiqueis aqui, Princesa, rogo-vos.
SALOMÉ - Os olhos, principalmente, é que são terríveis. Parecem buracos negros feitos por archotes numa tapeçaria de Tiro. Parecem cavernas negras, habitadas por dragões, cavernas negras do Egito, onde os dragões encontram refúgio. Parecem lagos negros agitados por luas fantásticas... Julgais que continuará falando?
O JOVEM SÍRIO - Não fiqueis aqui, Princesa, rogo-vos que não fiqueis.
SALOMÉ - Além disso, como é magro! Assemelha-se a uma esguia estatueta de marfim. Parece uma estatueta de prata. Tenho certeza de que é tão casto como a lua. Assemelha-se a um raio de lua, a um raio de prata. A sua carne deve ser muito fria, como o marfim... Quero vê-lo de perto.
O JOVEM SÍRIO - Não, não, Princesa.
SALOMÉ - Preciso vê-lo de perto.
O JOVEM SÍRIO – Princesa! Princesa!
IOKANAAN - Quem é essa mulher que está olhando para mim? Não quero que ela me olhe. Por que me olha com os seus olhos de ouro, sob o dourado das suas pálpebras? Não sei quem é. Não quero sabê-lo. Dizei-lhe que se vá. Não é com ela que desejo falar.
SALOMÉ - Sou Salomé, filha de Herodíade, princesa da Judéia.
IOKANAAN - Para trás! Filha da Babilônia! Não vos aproximeis do eleito do Senhor. A tua mãe encheu a Terra com o vinho das suas iniqüidades, e o grito dos seus pecados chegou aos ouvidos de Deus.
SALOMÉ - Fala mais, Iokanan. A tua voz me inebria.
O JOVEM SÍRIO - Princesa! Princesa! Princesa!
SALOMÉ - Mas fala de novo. Continua falando, Iokanan, e dize-me o que devo fazer.
IOKANAAN - Não vos aproximeis de mim, filha de Sodoma, porém,cobre o rosto com um véu, ponde cinzas na cabeça, e ide ao deserto à procura do Filho do Homem.
SALOMÉ - Quem é o Filho do Homem? É tão bonito quanto tu, Iokanaan?
IOKANAN - Para trás! Para trás! Ouço, no palácio, o bater das asas do Anjo da Morte.
O JOVEM SÍRIO - Princesa, suplico-vos que volteis!
IOKANAAN - Anjo do Senhor Deus, que fazes aqui com o teu gládio? A quem procuras nesse imundo palácio?... Ainda não é chegado o dia daquele que morrerá num vestido de prata.
SALOMÉ - Iokanaan.
IOKANAAN - Quem fala?
SALOMÉ - Iokanaan! Estou apaixonada pelo teu corpo. O teu corpo é branco como o lírio de um prado que o ceifeiro jamais ceifou. O teu corpo é branco como as neves que repousam nas monta-nhas, como as neves que repousam nas montanhas da Judéia e descem para os vales. As rosas do jardim da rainha da Arábia não são tão brancas como o teu corpo. Nem as rosas do jardim da rainha da Arábia, do jardim perfumado da rainha da Arábia, nem os pés da Aurora que pisam nas folhas, nem o seio da lua quando repousa no seio do mar... Não há nada no mundo tão branco como o teu corpo – Deixa-me tocar o teu corpo!
IOKANAAN - Para trás, filha da Babilônia! Foi pela mulher que o mal entrou no mundo. Não me faleis. Não quero escutar-te. Só escuto as palavras do Senhor Deus.
SALOMÉ - O teu corpo é hediondo. É como o corpo de um leproso. É como uma parede de gesso por onde as víboras passaram, como uma parede de gesso onde os escorpiões fizeram o ninho. É como um sepulcro esbranquiçado, cheio de coisas nojentas. O teu corpo é horrível, é horrível!...É pelos teus cabelos que estou apaixonada, Iokanaan. Os teus cabelos parecem cachos de uva, cachos de uvas negras que pendem das vinhas de Edom, nas terras dos edomitas. Os teus cabelos são como os cedros do Líbano, como os grandes cedros do Líbano que fazem sombra para os leões e os ladrões que querem esconder-se durante o dia. As longas noites negras, as noites em que a lua não se mostra, em que as estrelas têm medo, não são tão negras. O silêncio que habita as florestas não é tão negro. Não há nada no mundo tão negro como os
teus cabelos... Deixa-me tocar os teus cabelos.
IOKANAAN - Para trás, filha de Sodoma! Não me toqueis. Não se deve profanar o templo do Senhor Deus.
SALOMÉ - Os teus cabelos são horríveis. Estão cobertos de lama e pó. Parecem uma coroa de espinhos posta na tua fronte. Parecem um nó de serpentes negras enroscadas ao teu pescoço. Não gosto do teu pescoço. Não gosto dos teus cabelos... É pela tua boca que estou apaixonada, Iokanaan. A tua boca é como uma fita de escarlate sobre uma torre de marfim. É como uma romã cortada por uma faca de marfim. As flores da romãzeira, que florescem nos jardins de Tiro e que são mais vermelhas do que as rosas, não são tão vermelhas. Os rubros gritos das trombetas que anunciam a chegada dos reis, e metem medo ao inimigo, não são tão rubros. A tua boca é mais vermelha do que os pés daqueles que pisam as uvas nos lagares. É mais vermelha do que os pés das pombas que habitam os templos e são alimentadas pelos sacerdotes. É mais vermelha do que os pés daquele que volta de uma floresta onde matou um leão e viu tigres dourados. A tua boca é como um ramo de coral achado pelos pescadores no crepúsculo marinho e guardado para os reis...! É como o vermelhão encontrado pelos moabitas nas minas de Moab e tomado pelos reis. É como o arco do rei dos persas, pintado de vermelhão e com cornos de coral. Não há nada no mundo tão vermelho como a tua boca... Deixa-me beijar a tua boca.
IOKANAAN - Nunca! Filha da Babilônia! Filha de Sodoma, nunca.
SALOMÉ - Beijarei a tua boca, Iokanaan. Beijarei a tua boca.
[...]
IOKANAAN - Não tendes medo, filha de Herodíade? Não vos disse que ouvira no palácio o bater das asas do Anjo da Morte, e o Anjo não veio?
SALOMÉ - Deixa-me beijar a tua boca.
IOKANAAN - Filha do adultério, só há um homem que pode salvar-te. É aquele de quem te falei. Ide procurá-lo. Está num barco no mar da Galiléia, falando aos discípulos. Ajoelhai-vos na beira do mar, e chamai-o pelo nome. Quando ele vier até vós, e ele vem a todos os que o chamam, prosternai-vos aos seus pés e pedi-lhe a remissão dos vossos pecados.
SALOMÉ - Deixa-me beijar a tua boca.
IOKANAAN - Amaldiçoada sejais, filha de mãe incestuosa, amaldiçoada sejais.
SALOMÉ - Beijarei a tua boca, Iokanaan.
IOKANAAN - Não quero olhar-te. Não te olharei. Estás amaldiçoada, Salomé, estás amaldiçoada.
SALOMÉ - Beijarei a tua boca, Iokanaan, beijarei a tua boca.
[...]


Sobre "Salomé" de Oscar Wilde

O Amor no limiar da Loucura, num vórtice passional onde se fundem as mais primitivas pulsões recalcadas no inconsciente humano, Oscar Wilde partiu de uma história bíblica para a construção de uma brilhante peça de teatro - fato que lhe valeu a proibição da publicação e exibição em Inglaterra por influência da ala protestante que proibia a representação de personagens da Bíblia - de um dramatismo pungente pela intensidade das emoções vertidas pelas personagens que intervém na trama. A peça foi, originalmente, composta em língua francesa e interpretada em Paris pela carismática e sedutora atriz dos finais do século XIX e início do século XX - Sarah Bernhadt é grandemente aplaudida na Cidade-Luz. Olhando a obra do ponto de vista psicanalítico podemos, talvez, inferir que a construção do perfil psicológico das personagens reflete a controversa sexualidade do autor, isto é, uma homossexualidade camuflada e uma misógina mais do que evidente. A corroborar o fato, podemos observar que todas as características do ideal de beleza física de Wilde estão presentes na figura de João Baptista que é, para o autor, o (seu) verdadeiro objeto de desejo enquanto que este (Wilde) se projeta na figura de Salomé, possuidora da aparência física que ele gostaria de exibir. A faceta misógina do autor encarna uma mulher de beleza fatal, mas diáfana, a qual ele identifica com a Lua - um símbolo que personifica a ambigüidade e simultaneamente a fronteira entre a realidade e a loucura - fato ilustrado pelos presságios patentes em vários momentos deste drama intenso, quando as personagens são advertidas do perigo de sucumbir à perda da razão pela excessiva contemplação da Lua/Salomé. Porque a Lua, tal como a Princesa Real, possui uma face oculta (ao fim e ao cabo como o próprio Wilde em relação à sua própria sexualidade camuflada sob a capa de um casamento e dois filhos) que, em Salomé, será a ausência total de limites quanto à satisfação do seu desejo e que se opõe à sua aparência angelical e é sua capacidade de enlouquecer quem por ela se deixa enfeitiçar. Ao longo da peça vai sendo porém, progressivamente, desvendado o ambiente propício à tragédia assinalado por presságios, pela ocorrência da morte daqueles que contemplam demasiado a figura lunar de Salomé. João Baptista é o único que salva a alma abstendo-se de a contemplar agarrando-se firmemente à adoração do Filho do Homem para escapar à periculosidade da sedução feminina. Mas não consegue salvar a vida. Porque cai no erro de humilhar alguém que sente a turbulência de um primeiro amor que ele não compreende e que se propõe a condenar sem piedade. Não esqueçamos que João Baptista é apenas um humano. Não possui a perfeição espiritual de um filho direto de Deus. A Lua sedutora na figura de Salomé reage violenta e passionalmente tirando a vida ao ser amado para concretizar aquilo que não consegue realizar com ele vivo: o beijo que ele lhe negou."Salomé", ao contrário da maior parte da obra de Wilde - onde sobressai a mais fina ironia , está impregnada do universo que povoa o inconsciente deste polêmico autor britânico, com um complexo coquetel de pulsões, fobias, desejos ocultos, tabus sexuais e contradições que emanam do conflito entre o id, o ego e o superego do autor projetado nas personagens. Salomé é a própria personificação do Desejo, das pulsões que são, normalmente, "castradas" pela religião, defendida com uma paixão de verdadeiro fundamentalista por João Baptista. Uma história de amor, loucura e morte que Wilde legou para a posteridade e que obriga o leitor/espectador a refletir acerca dos limites da paixão e da tolerância.

(Cláudia de Sousa Dias)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Samba Canção

Tantos poemas que perdi. Tantos que ouvi, de graça, pelo telefone – taí, eu fiz tudo pra você gostar, fui mulher vulgar, meia-bruxa, meia-fera, risinho modernista arranhando na garganta, malandra, bicha, bem viada, vândala, talvez maquiavélica, e um dia emburrei-me, vali-me de mesuras era comércio, avara, embora um pouco burra, porque inteligente me punha logo rubra, ou ao contrário, cara pálida que desconhece o próprio cor-de-rosa, e tantas fiz, talvez querendo a glória, a outra cena à luz de spots, talvez apenas teu carinho, mas tantas, tantas fiz... (Ana Cristina César)

 
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