sábado, 16 de julho de 2011

Onde você anda?


Onde você andou esse tempo todo, em que se esqueceu de me achar? Eu passei tanto tempo só olhando para as paredes, chorando com as letras do Chico, às vezes de dor, às vezes de inveja dos personagens. Quantas vezes troquei de lugar. E eu cria que aquilo era possível, mas faltava um engate, faltava um plus, faltava uma poesia. Gastei muito do meu tempo em amores possíveis, óbvios, meia-boca. Desperdicei tanto carinho em abraços passageiros, sem saber que num momento desses, eu tropeçaria na sua alegria incompleta, somada ao meu sorriso bobo e tudo era tão bobo, que caímos de quatro, que nem dois bobos. Ah, mas aí parecia bobeira, porque o amor é bobo. Até quando ele serve aos mais inteligentes, prenhes de teoria, racionais até.Nada, no amor todo mundo faz papel de bobo. Ai, meu Deus, como o amor é bobo. Aquele gesto mais simples, aquela mania mais elementar, aquela música, aquela música! O primeiro encontro, a comida preferida, a cor, o primeiro beijo, a tatuagem, a praia... O tempo conta de um jeito bobo, a espontaneidade do sorriso é de bobos. Os beijos, a língua que se pratica sussurrando, os olhares, ah tudo leva prá bobice. E ai, de quem não percebeu, esse conseguiu provar que não é bobo. É o quê?

(João Barboza)

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