quarta-feira, 11 de junho de 2008

Auto-Retrato

Meu nome é Carmen
com n, por favor.
Nada me irrita mais que o meu nome escrito errado.
Sou pontual.
E cumpro insuportavelmente tudo que prometo.
Não perdôo traição.
Dizem que tenho muito jogo de cintura.
E posso ser muito antipática, às vezes.
Sou Corinthiana, mas poderia ser Santista.
Nunca Palmeirense.
Adoro doces.
Cozinho muito mal.
Adoro vinho tinto e o branco também.
Tem dias que acordo uma santa.
E tem outros em que acordo uma verdadeira peste.
Às vezes no mais alto astral.
E outras achando que a vida não tem solução.
Tem momentos que sou capaz de enfrentar um leão, uma barata jamais.
E outros em que se meu vizinho me disser que precisa falar comigo,
sou capaz de pedir proteção à polícia.
A gente tem dias bons, dias ruins, dias médios e até dias nada.
E ainda não sei o que é pior: se pessoas eternamente melancólicas,
ou se aquelas permanentemente alto astral.
Acredito em reencarnação.
Sou espiritualista.
Na hora do aperto, só consigo pensar em Deus.
Preciso de uma rotina de vida.
Noitadas só às vezes.
Amo as noites de outono, arte e coisas bonitas: roupas, sapatos, perfumes e lingerie ...
Sou bem amiga, inimiga nunca.
Detesto gente deslumbrada, que finge o que não é.
Quando estou apaixonada viro outra pessoa.
Aliás, bem pouco interessante.
E não quero que isso me aconteça nunca mais.
Mas nunca se sabe.
Eu já começo a sentir borboletas no estômago.
Amo Chico Buarque, Tom Jobim, Edu Lobo, Paulinho da Viola e outros...
A música me cura de todos os males.
Gostaria de ser Clarice Lispector, Maria Callas ou Greta Garbo.
Na verdade queria ser apenas uma pessoa boa, e só.
Adoro tudo sobre música, mas gosto de literatura, cinema e teatro .
Adoro B.B.King e Eric Clapton.

Sou romântica, intensa e boba!
Acredito no amor, só que não mais no eterno.
E por mais louca que seja, sou bem careta.
Embora não pareça, tenho dificuldades em me relacionar.
Tenho muita paciência.
Prefiro Paris a Nova York, se bem que nunca fui nem a Paris nem a Nova York.
Queria saber dançar.
Não sei nadar nem dirigir ...
Eu queria ser mais feliz.
Nunca pensei em ser mãe, mas ganhei de presente: Lígia e Ana Luiza.
Existe muita coisa sobre mim que eu não entendo.
E para ser franca, nem quero entender.
Não sei por que tudo deveria ser tão claro, como se a vida das pessoas pudessem ser resumidas em um auto-retrato demente.
Tem coisa que não faz sentido para mim.
Eu quero ser feliz, mas sei que a felicidade deixa a gente estúpida.
Sei também que deveria fazer alguma coisa que valesse a pena com a minha vida ...
Estou tentando ...


La Vie

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